NY e dólar em baixa devem travar mercado interno de café

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    Porto Alegre, 14 de maio de 2021 – O mercado brasileiro de café deve ter mais um dia de escassos negócios nesta sexta. O cenário não melhorou na comparação com ontem: tanto Nova York quanto dólar operam no território negativo. A tendência é de compradores e vendedores retraídos.

     O mercado registrou preços estáveis na quinta-feira. O comportamento errático do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que fechou próximo da estabilidade, assim como o dólar, deu o tom dos negócios no Brasil. O dia foi arrastado na comercialização, com poucos negócios.

     No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação terminou o dia em R$ 785,00/795,00 a saca, estável. No cerrado mineiro, arábica bebida dura com 15% de catação teve preço de R$ 800,00/810,00 a saca, inalterado.

     Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 590,00/595,00 a saca, sem mudanças. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficou em R$ 450,00/455,00 a saca, estável.

COMERCIALIZAÇÃO

* A comercialização da safra brasileira de café de 2021/22, que está em colheita, até o último dia 13 de maio, atingia 34% do potencial de produção. O dado faz parte de levantamento mensal de SAFRAS & Mercado. O percentual de vendas é superior a igual período do ano passado, quando girava em torno em 28% da safra. O fluxo de vendas também está acima da média dos últimos 5 anos para o período, algo como 21%.

* O consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, diz que os negócios com a safra brasileira 2021 avançam de forma bem compassada. “É que, apesar da disparada nas cotações, prevaleceu a cautela produtiva. A longa estiagem agravou a situação hídrica em áreas de café, colocando em xeque o potencial produtivo já baixo da safra 2021”, comenta. E isso acabou interferindo na decisão do produtor.

* Além disso, observa o consultor, o produtor está capitalizado e bem vendido de safra BR-21. “Tende a administrar de forma mais compassada o seu fluxo comercial, especialmente nesse período de transição entre as safras. Deve continuar acompanhando o andamento da colheita e o perfil de qualidade da safra. Mas também segue apostando em um mercado de clima agitado diante do inverno brasileiro e, com isso, em novas oportunidades comerciais”, avalia.

* A comercialização de arábica segue em destaque e alcança 41% da safra

brasileira 2021, bem acima da média para o período, que gira em torno de 23% comprometido. “Essa a performance acelerada é garantida pelas posições acumuladas especialmente ao final de 2020 e no início de 2021”, diz Barabach.

NOVA YORK

* Os contratos com entrega em julho registram desvalorização de 0,4% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 145,80 centavos de dólar por libra-peso.

* Os contratos com entrega em julho/2021 fecharam a quinta-feira a 146,40 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 0,10 centavo, ou de 0,1%.

CÂMBIO

*O dólar comercial registra baixa de 0,6% a R$ 5,281.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia encerraram em alta. Xangai, +1,77%. Tóquio, +2,32%.

* As principais bolsas na Europa registram índices firmes. Paris, +0,87%. Londres, +0,73%.

* O petróleo opera em alta. Junho do WTI em NY: US$ 64,65 o barril (+1,3%).

* O Dollar Index registra perda de 0,33% a 90,45 pontos.

AGENDA

– EUA: Os dados sobre a produção industrial em abril serão publicados às 10h15 pelo Federal Reserve.

– Dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso – IMEA, na parte da tarde.

– Evolução da colheita de soja no Brasil – SAFRAS, na parte da tarde.

– Resultado financeiro da Cosan, no final do dia.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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