Porto Alegre, 7 de novembro de 2019 – O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juro do Reino Unido em 0,75% ao ano, citando que a probabilidade de um Brexit sem acordo caiu significativamente, apesar de algumas incertezas à economia persistirem.
A decisão, no entanto, não foi unânime, com dois dissidentes: Jonathan Haskel e Michael Saunders, que optaram pela redução da taxa em 0,25 ponto percentual (pp), para 0,50% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) também decidiu, de forma unânime, manter o estoque de títulos corporativos comprados pelo banco central em 10 bilhões de libras e manter inalterado o estoque de títulos públicos adquiridos, que está em 435 bilhões de libras.
O MPC justificou a decisão afirmando que o Reino Unido e a União Europeia (UE) concordaram, em outubro, com um acordo de saída, bem como um adiamento flexível do prazo do Brexit para janeiro de 2020.
“Como consequência, a probabilidade de um Brexit sem acordo caiu significativamente e a taxa de câmbio se valorizou”, diz o comunicado.
“Espera-se que esses acordos removem algumas das incertezas enfrentadas por empresas e famílias, e o MPC projeta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido aumentará durante 2020”.
O comitê também espera uma política fiscal britânica mais frouxa e uma recuperação modesta do crescimento global. Além disso, o crescimento da demanda deve superar a oferta, que está restringido pelo ajuste nos novos acordos comerciais com a UE. Já as pressões inflacionárias devem diminuir no curto prazo, mas a taxa deve acelerar acima da meta de 2% no final do período de projeção.
Por fim, o MPC afirmou que vai continuar monitorando a resposta das famílias e empresas ao Brexit e repetiu que a resposta de política monetária pode vir em qualquer direção. “Se o crescimento global não se estabilizar ou se as incertezas do Brexit permanecerem arraigadas, a política monetária pode precisar reforçar a recuperação esperada no crescimento e na inflação do PIB do Reino Unido”.
Já os membros dissidentes destacaram que “há riscos de queda para as projeções do MPC devido a uma perspectiva mundial mais fraca e de incertezas mais persistentes do Brexit, que afetam as empresas e gastos domésticos. Como resultado, esses membros julgaram que agora era necessário algum estímulo extra para garantir um retorno sustentado da inflação à meta”. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Rodrigo Ramos / Agência SAFRAS
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